Aquiles: o guerreiro da imortalidade
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A natureza de AQUILES era a sua maior arma. Extrema habilidade, com tamanha crueldade, disfarçada pela juventude e beleza. 

Todas as civilizações e culturas se ergueram sobre um conjunto de mitos fundadores que estabeleceram as percepções simbólicas da realidade, a partir das quais grupamentos de comunidades humanas desenvolveram identidade, valores e objetivos comuns.

Os significados míticos associados à morte, extraídos daquelas percepções, buscavam um sentido para a finitude humana que, paradoxalmente, só era encontrado na negação desta finitude.

Neste contexto, as duas narrativas míticas que lançaram as raízes da civilização ocidental, a Ilíada de Homero e a Bíblia judaico-cristã, apresentam visões opostas e complementares sobre os significados da morte e, por extensão, sobre os significados da vida humana, a partir da morte de dois de seus respectivos protagonistas, Aquiles e Jesus de Nazaré.

 

Aquiles foi o herói fundamental

O guerreiro indestrutível, de imaculado valor pessoal, inspiração e modelo para todo um povo aos olhos do qual parecia predestinado ao eterno triunfo. Com tudo, o filho de Peleu era mortal, atributo que definia sua verdadeira, e derradeira, predestinação. Aquiles tombou pelo arco de Paris, pela fúria de Apolo e por sua única fraqueza, o calcanhar não imerso nas águas do rio Estige.

 

A trágica morte de Aquiles

É o fim dos triunfos. O maior dos guerreiros se vê privado da morte gloriosa em combate ao ser abatido a distância pelo inimigo de tocaia. 

O significado mítico da morte de Aquiles é resumido por ele próprio, que, evocado por Ulisses, lamenta sua condenação ao sofrimento do Hades (o inferno). Quando Ulisses, o rei de Ítaca, declara ao companheiro que ele merece ser aclamado príncipe entre os que tombaram, Aquiles retruca que preferia ser escravo entre os vivos que nobre entre os mortos. O sofrimento de Aquiles não provém de tormentos externos impostos ao espírito, como no inferno cristão, mas da interrupção brusca e irrevogável de tudo que fazia dele o que era. Um “imortal” entre os vivos.

Aquiles, na morte, contempla eternamente o seu próprio esvaziamento como ser, enfrentando a dualidade dramática de ser testemunha de seu próprio inexistir, uma morte sem o alívio anestésico de uma vida plena. Morreu jovem. Sua morte traduz a certeza trágica de que todas as vitórias humanas apenas anunciam a derrota final, que anulará todo triunfo que a precedeu. 

Certeza absoluta

A certeza nunca é absoluta. Coube a Ulisses confrontá-la. Primeiro ao restaurar o ânimo de Aquiles relatando os grandes feitos de seu filho Neoptólemo e, em outro momento da narrativa, ao recusar a oferta de imortalidade e juventude eterna feita pela ninfa Calipso, em troca da permanência dele junto a ela.


Ulisses escolhe voltar para seu reino, para sua casa e para sua esposa.

Se o vazio dos mortos pode ser preenchido pelas notícias do sucesso de um filho e se o que preenche nossas vidas finitas – amor, família, lar – vale mais para nós que uma existência imortal, a certeza trágica traduzida na morte de Aquiles não é tão certa assim. 

Em suma, a certeza da imortalidade conquistada por Aquiles vem da narrativa consciente adquirida sobre a importância de um sentido maior para a existência entre os que admiravam seus feitos. Esta consciência permeia a história da humanidade revelando que a maior forma de imortalidade está no poder da inspiração capaz de suplantar os limites humanos, sejam físicos ou psicológicos, permitindo ao homem atingir um grau de compreensão da vida ou chegar onde nenhum outro semelhante jamais chegou.

É no hiato destas questões que as mortes de Aquiles e de Jesus de Nazaré são referências e marcam a sua singularidade nas páginas da história. Aquiles, um mortal em busca da imortalidade e Jesus, susceptível às fraquezas da carne, provando a redenção e imortalidade do espírito quando em comunhão com Deus.  


 

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